A timidez manifesta-se através da tensão e inibição em situações sociais, que interferem e dificultam a realização de objetivos pessoais ou profissionais. Uma pessoa tímida pode ter muita dificuldade na busca de novos empregos, ao iniciar novas amizades e namoros, em situações de intimidade, quando precisa pedir informações a estranhos, quando tem necessidade de reclamar seus direitos ou falar com autoridades…
A maioria das pessoas já passou por algum momento em que se sentiu tímido, por exemplo em alguma situação social específica, como falar em público. Quando estes momentos de timidez aparecem só de vez em quando e não chegam a impedir a pessoa de vivenciar as situações, podemos considerá-la normal. Mas existe a timidez crônica, que aparece em quase todas as áreas da vida, podendo chegar até à fobia social, que às vezes impede a pessoa de fazer as coisas mais simples do dia a dia, como dizer “bom dia” ao vizinho, ou entrar numa loja. Em uma situação social, ao invés de envolver-se na conversa, o tímido observa a situação de fora, não presta atenção ao que o outro diz, mas fica prestando atenção em si mesmo, em como está saindo a sua voz (que está baixa ou trêmula), não sabe onde colocar suas mãos, não consegue encarar ninguém nos olhos, ficando de cabeça baixa. O tímido procura ir à festas ou reuniões sempre acompanhado, isso quando não encontra uma desculpa para não ir! Também ensaia muito o que vai dizer ou procura evitar a exposição de suas idéias, pois tem vergonha e medo da avaliação negativa dos outros. Uma pessoa tímida tem muito medo de situações novas, teme ser rejeitado, sente-se sempre ameaçado, não consegue ousar… Muitas vezes possui sentimentos e pensamentos negativos sobre si próprio, sente-se inferior, sua auto estima e auto confiança são muito baixas. Por estar sempre tenso nas situações sociais, pode passar para outras pessoas a imagem falsa de ser alguém arrogante, de “difícil acesso” ou orgulhoso.
Quais seriam as causas desta timidez? Bem, existe uma parcela genética, ou seja, certas pessoas já nasceram com a personalidade mais introvertida. Mas é importante ressaltar que introversão e timidez são coisas diferentes. O meio social tem o poder de desenvolver potencialidades ou de agravar a situação. Muitas vezes esta pessoa foi criada em um ambiente pobre de estímulos ou opressor, onde não foi desenvolvida sua criatividade e liberdade de expressão. Ou então cresceu num clima em que se sentiu rejeitado e mal-amado, surgindo sentimentos de desvalorização e baixa auto-estima, tornando-se assim um adulto inseguro, incapaz de suportar a avaliação de si mesmo e dos outros. Pode também ter crescido em um ambiente super protetor não aprendendo assim, a enfrentar as frustrações do dia a dia, tornando-se medroso e não se arriscando nem para tentar melhorar as coisas, permanecendo prisioneiro de seus temores.
Independentemente de qual foi a causa, o tímido tem condições sim, de melhorar sua qualidade de vida. Uma psicoterapia pode dar apoio emocional a estas pessoas e ajudá-las a entender e superar seus medos e inseguranças, proporcionando uma transformação gradativa no seu modo de pensar e agir. Conseqüentemente surgirão os benefícios na área amorosa, social e profissional. Com muito empenho, é possível superar os desafios da timidez excessiva e ter uma vida plena!